Kalendas, em ambas as formas do rito romano

Salve Maria,

Segue abaixo o Kalendas, que é a proclamação do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, nas duas formas do Rito Romano, em Latim e Português.

O Papa João Paulo II fazia cantar as Kalendas no início da Missa. Bento XVI manteve o costume, mas mudou nas últimas Missas para antes da celebração, o que é também possível, dado que, em sentido estrito, as Kalendas são parte do Martirológio Romano.

É uma boa tradição litúrgica à ser colocada em prática.

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Eis o texto em Português e Latim, para a forma Ordinária do Rito Romano:

Em português:

Vinte e Cinco de Dezembro. Décima-nona Lua.

Tendo transcorrido muitos séculos desde a criação do mundo,

Quando no princípio Deus tinha criado o céu e a terra e tinha feito o Homem à sua imagem;

E muitos séculos de quando, depois do dilúvio, o Altíssimo tinha feito resplandecer o arco-íris, sinal da Aliança e da Paz;

Vinte e um séculos depois da partida de Abraão, nosso pai na fé, de Ur dos Caldeus;

Treze séculos depois da saída de Israel do Egito, sob a guia de Moisés;

Cerca de mil anos depois da unção de David como rei de Israel;

Na sexagésima quinta semana, segundo a profecia de Daniel;

Na época da centésima nonagésima quarta Olimpíada;

No ano setecentos e cinqüenta e dois da fundação da cidade de Roma;

No quadragésimo segundo ano do Império de César Otaviano Augusto;

Quando em todo o mundo reinava a paz, Jesus Cristo, Deus Eterno e Filho do Eterno Pai, querendo santificar o mundo com a sua vinda, tendo sido concebido por obra do Espírito Santo, tendo transcorrido nove meses, (aqui eleva-se a voz, e todos se ajoelham) nasce em Belém da Judeia da Virgem Maria, feito homem:

Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo a natureza humana.

R. Graças a Deus.


Em latim:

Octavo Kalendas Ianuarii. Undevicesima Octava.

Innumeris transactis saeculis a creatione mundi,

Quando in principio Deus creavit caelum et terram et hominem formavit ad imaginem suam;

Per multis etiam saeculis, ex quo post diluvium Altissimus in nubibus arcum posuerat, signum foederis et pacis;

A migratione Abrahae, patris nostri in fide, de Ur Chaldaeorum saeculo vigesimo primo;

Ab egressu populi Israel de Ægypto, Moyse duce, saeculo decimo tertio;

Ab unctione David in regem, anno circiter milesimo;

Hebdomada sexagesima quinta, juxta Danielis prophetiam;

Olympiade centesima nonagesima quarta;

Ab Urbe condita anno septingentesimo quinquagesimo secundo;

Anno imperii Caesaris Octaviani Augusti quadragesimo secundo;

Toto Orbe in pace composito, Iesus Christus, aeternus Deus aeternique Patris Filius, mundum volens adventu suo piissimo consecrare, de Spiritu Sancto conceptus, novemque post conceptionem decursis mensibus (hic vox elevatur, et omnes genua flectunt), in Bethlehem Iudae nascitur ex Maria Virgine factus homo:

Nativitas Domini Nostri Iesu Christi secundum carnem.

R. Deo Gratias.




Para a forma extraordinária, o texto é ligeiramente distinto:


Octavo Kalendas Ianuarii.

Anno a creatione mundi, quando in principio Deus creavit cœlum et terram, quinquies millesimo centesimo nonagesimo nono:

A diluvio autem, anno bis millesimo nongentesimo quinquagesimo septimo: A nativitate Abrahæ, anno bis millesimo quintodecimo:

A Moyse et egressu populi Israël de Ægypto, anno millesimo quingentesimo decimo:

Ab unctione David in Regem, anno millesimo trigesimo secundo;

Hebdomada sexagesima quinta, iuxta Danielis prophetiam:

Olympiade centesima nonagesima quarta:

Ab urbe Roma condita, anno septingentesimo quinquagesimo secundo:

Anno Imperii Octaviani Augusti quadragesimo secundo, toto Orbe in pace composito, sexta mundi ætate, Iesus Christus æternus Deus, æternique Patris Filius, mundum volens adventu suo piissimo consecrare, de Spiritu Sancto conceptus, novemque post conceptionem decursis mensibus (hic vox elevatur, et omnes genua flectunt), in Bethlehem Iudæ nascitur ex Maria Virgine factus Homo.

R. Deo Gratias.


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Seguem algumas melodias que podem ser usadas em ambas as formas do rito romano (em Latim), a mesma melodia pode ser empregada para o Kalendas em Português (para a forma ordinária do rito romano):




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Segue a partitura, para o Kalendas em Português.





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Fonte: Os textos do Kalendas, foram retirados integralmente do blog Salvem a Liturgia.

Oração feita pelo Beato Padre Miguel Pro

Salve Maria caros leitores,

Hoje, dia da Imaculada Conceição da Virgem Maria, trago para conhecimento de vocês, a oração feita pelo Beato Padre Miguel Pro, extremamente devoto da Virgem Maria. Uma belíssima oração, que mostra claramente o ardente desejo de chegar à santidade. Segue.

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Beato Padre Miguel Pro

Deixe-me viver ao Seu lado, minha Mãe, para fazer companhia a sua solidão
e a sua profunda dor!

Deixe-me sentir em minha alma
a pranto doloroso de teus olhos
e o abandono de seu coração!

Eu não quero no caminho da minha vida
desfrutar da alegria de Belém, adorando o Menino Jesus,
em seus braços virginais.

Eu não quero desfrutar em sua humilde casa de Nazaré
a presença querida de Jesus Cristo.

Nem quero unir-me ao coro dos anjos
na sua gloriosa Assunção!

Eu quero na minha vida
o desprezo e a zombaria do Calvário;
Eu quero a morte lenta de seu Filho,
o desprezo, a ignomínia, a infâmia da Cruz.

Quero, ó Virgem Dolorosa, estar perto de Ti, em pé,
para fortalecer o meu espírito com suas lágrimas,
consumar o meu sacrifício com o seu martírio,
apoiar o meu coração com a sua solidão,
amar o meu e o vosso Deus com o sacrifício de todo o meu ser.

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Postado inicialmente no blog DEFENSORES DA SAGRADA CRUZ

Os três padres jesuítas mártires

Salve Maria caros leitores,

Hoje no dia da comemoração litúrgica do Mártir Padre Roque Gonzalez, segue abaixo o relato do martírio de três padres jesuítas que viveram na época da colonização.

***
Fato ocorrido no Estado do Rio Grande do Sul – Brasil, na época da colonização.

Padre Roque Gonzalez (1576-1628), nasceu de família da alta sociedade do Paraguai. Veio trabalhar entre os índios no Caaró, atual Rio Grande do Sul (Brasil), para catequizar os indígenas, ensinando-lhes os princípios cristãos, formando também núcleos de resistência indígena contra a brutalidade que lhes era praticada por alguns colonizadores europeus.

Cuidou da parte religiosa e social. Criou as reduções, que consistiam numa praça central com a igreja, a escola, e outras repartições para orientar sobre o cultivo da terra, o trato dos rebanhos, etc.

Não só o Padre Roque, mas também o Padre Afonso Rodrigues e o Padre João del Castillo, todos jesuítas, se dedicavam muito na sua missão de conversão e proteção dos índios.

Era um trabalho pioneiro e comunitário que se estendeu por muitas regiões. Infelizmente encontrou oposição de gente gananciosa e invejosa. O pajé, sentindo abalada sua liderança, açulou um pequeno grupo de revoltosos contra o dedicado missionário. Algo de trágico ia acontecer.

No dia 19 novembro de 1628, na aldeia dos índios Guaicurus, no Caaró, ia ser inaugurado o sino da igreja da aldeia. O povo se aglomerou ao redor. Estava tudo indo muito bem. O Padre Roque Gonzalez e o Padre Afonso Rodrigues estavam felizes.

Mas o seu assassinato tinha sido tramado à surdina pelo pajé da aldeia. Um pequeno grupo de revoltosos misturou-se no meio dos fiéis na hora da bênção. Quando Padre Roque abaixou-se para levantar o sino, um deles desferiu dois golpes de machado de pedra na sua cabeça. Padre Afonso teve a mesma sorte cruel. Em seguida atearam fogo na igreja, retalharam os corpos dos dois mártires e os atiraram no meio das chamas.

No dia seguinte voltaram para ver as ruínas. Do peito do Padre Roque ouvia-se uma voz: “Meus filhos, ainda que me matem... não me afastarei de vocês. Eu voltarei...” Aterrorizado, o cacique mandou abrir o peito do Padre Roque e arrancar-lhe o coração. Espetou-o numa seta e o atirou novamente no fogo. Pouco tempo depois, o Padre João del Castillo também foi assassinado.

No entanto, um grande milagre ocorrera. O coração do Padre Roque não se consumiu com as chamas do fogo. Alguns piedosos recolheram o coração intacto – fruto de um estupendo milagre e o guardaram. Hoje se encontra guardado na Capela dos Mártires do Colégio Cristo Rei, na cidade de Assunção – Paraguai (país vizinho), e é venerado como relíquia na cidade de Assunção.

NB.: O Padre Roque Gonzalez e o Padre Afonso Rodrigues (+15/11/1628) foram martirizados em Caaró e o Padre João del Castillo (+17/11/1628) foi martirizado em Pirapó. Os três foram canonizados em 1988, por ocasião da visita do Papa João Paulo II.
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Fonte: Blog Almas Castelos, a fonte original está citada na postagem original no Almas Castelos

Bispo de Iguatu, CE, proíbe Missas e eventos de “cura e libertação”, orações em línguas e “repouso” no Espírito

Salve Maria caros leitores,

É curioso como um bispo tenha que recorrer à uma carta circular em seu território pastoral, para proibir aquilo que já era proibido pela Igreja (CNBB e principalmente a Santa Sé), por pura "desobediência". Podemos verificar a proibição a seguir, sendo expressa pela CNBB, no documento intitulado "ORIENTAÇÕES PASTORAIS SOBRE A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA" (mais claramente no item 62, situado na página 8.

Vejam a carta circular:


A carta pode ser vista também, no site da Diocese de Iguatu, clicando aqui, ou pesquisando no site da diocese.

PARA OS FIÉIS DEFUNTOS - Por Padre Marcelo Tenório

Salve Maria caros leitores, 

Hoje, celebramos o dia dos fiéis defuntos. Dia de rezarmos por aquelas almas que padecem no purgatório; dia de cumprir penitência e jejum em sufrágio dessas almas, para que alcancem a glória dos céus o quanto antes.

Para que saibamos mais sobre essa data e um pouco mais sobre as almas que padecem no purgatório, segue abaixo um texto produzido pelo Revmº Padre Marcelo Tenório, a respeito do assunto citado acima.

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PARA O DIA DOS FIÉIS DEFUNTOS
(Por Padre Marcelo Tenório)

Pe. Marcelo Tenório na Tríplice Missa no Rito Tridentino
pelas almas do Purgatório (Momento do Confiteor)
Próximo dia 2 de novembro comemoraremos o dia dos "Fiéis Defuntos", o dia dos mortos... O nosso coração se volta à lembrança daqueles que passaram em nossa vida e que foram importantes para nós.

Onde estarão todos? É a pergunta que fazemos olhando para os túmulos que se levantam, tendo erguida a Santa Cruz, nossa única esperança.

Todos fomos criados para Deus para o céu. Ver a Deus é a nossa plena felicidade, é a nossa meta. Nosso único objetivo: "Senhor é a vossa face que o procuro" (Sl 27,8).

A Santa Igreja ensina a existência de duas realidades eternas para a alma: uma é o céu: a visão beatífica, a posse da felicidade plena que é a participação na vida divina e trinitária. São Paulo nos fala e nos estimula a buscar "As coisas do Alto" e nos diz: "olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam" ( I Cor 2,9).

Outra realidade, portanto, é o inferno, a perda eterna, por culpa própria, do Sumo Bem: "Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão e Isaque e Jacó, e todos os profetas no reino de Deus, e vós lançados fora" (Lc 13, 28).

É doutrina infalível da Igreja, portanto de Fé Católica, a existência de um estágio intermediário para alma que precisa de uma maior purificação antes de entrar no céu, na vida de Deus. É um "local" onde ficam as almas que morreram em estado de graça, isto é, sem pecado mortal, mas que necessitam de maior purificação, visto que os pecados cometidos na terra e, contritamente, chorados e perdoados pela confissão sacramental, imprimiram na alma uma macha (culpa temporal do pecado) e esta deverá ser retirada, visto que Deus sendo Sumo Bem e de Santidade inefável, nada admite em si que não seja santidade perfeita, pois no céu nada de impuro pode entrar (Ap 21, 27).

A sagrada Escritura nos traz alusão ao purgatório. Nosso Senhor ensina a sua existência, por isso podemos dizer que é de Verdade Positiva, revelada pelo próprio Deus. Vejamos:

"Reconcilia-te com o teu adversário... enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao ministro e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que, de modo nenhum, sairás dali, enquanto não pagares até o último centavo" (Mt 5, 25-26).

Agora, S. Paulo:

I Cor 3, 12-15: "...Aquele, cuja obra (de ouro, prata, pedras preciosas) sobre o alicerce resistir, esse receberá a sua paga, aquele, pelo contrário, cuja obra, (de madeira, feno, ou palha), for queimada, esse há de sofrer prejuízo; ele próprio, porém, poderá salvar-se, mas como que através do fogo".

Aqui ficam apenas esses dois textos, embora existam mais. Também fazendo uso da razão poderíamos pensar para onde iriam as almas que não foram tão más, mas que tinham algumas imperfeições e defeitos a vencer, que não eram bastante santas para irem diretas ao céu, nem tão pérfidas para descerem aos infernos...

Vejamos esse texto do AT, onde já se acreditava na necessidade de se rezar pelos mortos, para ajudá-los em seu estágio de purificação.

"Judas, tendo feito uma coleta, mandou duas mil dracmas de prata a Jerusalém, para se oferecer um sacrifício pelo pecado. Obra bela e santa, inspirada pela crença na ressurreição... Santo e salutar pensamento de orar pelos mortos. Eis porque ele ofereceu um sacrifício expiatório pelos defuntos, para que fossem livres de seus pecados." ( II Mc 12, 43)

Não é difícil de se ver aqui, com clareza, a fé na existência do purgatório, visto que depois de mortos, podem ser livres de seus pecados pelo "sacrifício expiatório", logo não se trata do inferno, pois este é eterno, mas de um estado intermediário para alma.

Esta Verdade de Fé foi promulgada pelo Santo Concílio de Trento, em sua sessão XXV (cf. Sess. XXV, D. B. 983).


Das Penas Temporais do Pecado.

Falemos das Penas Temporais do Pecado, pois são elas que levam muitas almas ao purgatório, onde depois de um certo "tempo", livres de toda macha, entram na Felicidade Eterna de Deus.

Vejamos: quando alguém gera um dano ao outro, embora perdoado pelo mesmo, tem a obrigação de reparar o mal que causou. Se alguém rouba uma jóia, se arrepende, é perdoado pelo lesado, mas tem a obrigação moral de devolver o objeto roubado.

Na Sagrada Escritura encontramos exemplos claros de expiação da culpa temporal.

Davi é perdoado pelo adultério e assassinato de Urias, assim que humildemente reconheceu a sua culpa, mas teve que sofrer a perda do filho (2Sm 12, 13); Moisés e Araão por não terem tido, algumas vezes em suas vidas, firmeza de fé, foram, por castigo, privados de entrar na Terra da Promessa (Nm 2, 12s).

Imaginemos ainda uma camisa branca, exposta à poeira. Ora tem certas manchas que basta abrir a torneira, molhar um pouco, leve esfregão e... pronto. Outras manchas já não saem tão rápido: deve-se colocar sabão, esfregar... outras mais intensas demoram a sair e usa-se de outros recursos: água sanitária, detergente, deixa-se de "molho" por algumas horas, um dia... e tem dona de casa que gosta de colocar no sol, afim de amolecerem as manchas e com isso saírem mais facilmente.

Na confissão bem feita e contrita, nos livramos das Penas Eternas do Pecado (o inferno), mas as manchas que o pecado provocou em nós (penas temporais) ficam em nossa alma e devem ser retiradas ainda nesta vida através de várias práticas, tais como jejuns, penitencia, esmolas, indulgência recebida, acolhimento resignado do sofrimento, ou no purgatório após a morte.


Da duração das penas.

As almas no purgatório já estão salvas, por isso as chamamos de "benditas", entretanto sofrem imensamente no fogo purificador por causa dos pecados cometidos.

Alguns santos da Igreja, em suas experiências místicas nos falaram sobre a realidade do purgatório.

S. Vicente Ferrer nos fala que há almas que ficaram no purgatório um ano inteiro por um só pecado cometido. Santa Francisca afirma que a maioria das almas do purgatório lá sofrem de trinta a quarenta anos. Muitos santos viram almas destinadas a sofrer no purgatório até o fim do mundo. Nossa Senhora, ela mesma em Fátima, indagada pelo destino de algumas pessoas da convivência de Lúcia e, respondendo particularmente sobre uma certa Maria da Luz, diz:"Esta estará no purgatório até o fim do mundo".

Os santos também ensinam que as almas simples e humildes, sobretudo as que muito sofreram neste mundo com paciência e se conformaram perfeitamente com a vontade de Deus, podem ter um purgatório muitíssimo abreviado, às vezes horas...

S. Paulo da Cruz, estando em oração, ouviu que batiam à porta com força. – “Que queres de mim", pergunta.

"- Quanto sofro. Quanto sofro, meu Deus! Sou a alma daquele padre falecido. Há tanto tempo estou num oceano de fogo, há tanto tempo!... Parecem mil anos!"

São Paulo da Cruz, comovido, reconheceu o padre e disse: "mas faz tão pouco tempo que você faleceu e já fala de mil anos?". O santo orou muito por ele e no dia seguinte celebrou a Missa pelo defunto. Viu-o, então, entrar triunfante no céu, na hora da comunhão.

Santa Lutgarda viu Papa Inocêncio III dizendo que deveria ficar no purgatório até o fim do mundo por algumas faltas no governo da Igreja.

Nosso Senhor mostrou-lhe ainda quatro padres que estavam lá já mais de cinquenta anos, por administrarem mal os Ss. Sacramentos.

Santa Verônica Juliani: Ela fala de uma irmã que deveria ali permanecer tantos anos quantos passou neste mundo.

Ao padre Scoof, de Louvain, foi revelado que um banqueiro de Antuérpia estava no purgatório há mais de duzentos anos porque tinham rezado pouco por ele.


Os Terríveis Sofrimentos no Purgatório.

Santo Tomás nos ensina que no purgatório não há tempo, mas etapas psicológicas sucessivas, o que ele chama de Evo.

O que os santos doutores da Igreja nos falam sobre os terríveis sofrimentos no purgatório, deveria nos encher de grande misericórdia e nos fazer rezar mais e mais pelas almas que ali se encontram.

S. Boaventura ensina que nossos maiores sofrimentos ficam muito aquém dos que ali se padecem.

São Tomás diz que o menor dos seus sofrimentos ultrapassam os maiores tormentos que possamos suportar. Confirmam esse ensinamento Santo Ambrósio e São João Crisóstomo: "que todos os tormentos que o furor dos perseguidores e dos demônios inventaram contra os mártires, jamais atingirão a intensidade dos que padecem em tal lugar de expiação".


Quanto ao fogo do purgatório.

É um fogo real, embora não material. As almas nele são lançadas inteiramente: um fogo ativo, penetrante que vai até o mais íntimo do ser, que queima intensamente à medida da consciência que lá se toma do amor incondicional de Deus e da resposta negativa que a ele se deu pelo pecado. Agora, a alma iluminada pela Verdade e Luz divinas vê-se queimada por dentro, em sua essência.

Diz Santo Antônio que esse fogo é de tal maneira rigoroso que comparado com o nosso, da terra, o nosso parece às almas no purgatório, como pintura de painel... elas bem desejariam está no nosso fogo material...

Santa Catarina de Gênova teve uma visão do purgatório e exclamou: "Que coisa Terrível! Confesso que nada posso dizer e nem conceber que se aproxime sequer da realidade. As penas que lá se padecem são tão dolorosas como as penas do inferno".

S. Nicolau Tolentino viu em êxtase "um imenso vale onde multidões de almas se retorciam de dor num braseiro imenso e gemiam de cortar o coração. Ao perceberem o Santo, bradavam suplicantes, estendendo os braços e pedindo misericórdia e socorro. 'Padre Nicolau, tem piedade de nós! Se celebrares a Santa Missa por nós, quase todas seremos libertadas de nossos dolorosos tormentos'. São Nicolau celebrou sete missas em sufrágio dessas almas. Durante a última missa apareceu-lhe uma multidão de almas resplandecentes de glória que subiam ao céu".

No purgatório não há ingratidão. Elas jamais se esquecem daqueles que rezaram e se sacrificaram por elas. E, uma vez, entrando no céu por nossas orações, pedirão incessantemente pela nossa salvação eterna.

Não as deixemos sozinhas. Rezemos, mandemos celebrar missas e missas em sufrágio das pobres almas. Elas já nada podem fazer por elas, necessitam só e somente só das nossas orações. Para elas passaram o tempo e agora se encontram nos suplícios expiatórios.

Há almas que ficam mais "tempo" no purgatório por falta de oração e sacrifício da nossa parte. Cuidemos delas e elas cuidarão de nós.

E ao chegar o dia dos mortos, com os sinos que dobram em sinais de tristeza, rezemos por esses nossos irmãos que já transpuseram os umbrais da eternidade e unidos à Santa Igreja neste dia, rezemos:

Requiem æternam dona eis, Domine,
et lux perpetua luceat eis.

Série "LITURGIA HORARUM": "Perguntas frequentes"

Salve Maria caros irmãos e irmãs,

Chegamos ao fim da nossa pequena série Liturgia Horarum.

Trazemos hoje, para concluir, uma seleção de 5 perguntas frequentes relacionadas à prática da Liturgia das Horas,  extraídas do site "Liturgia das Horas".

Como dito ontem, se você possuir alguma dúvida, qualquer uma, não fique com ela, transmita-nos a sua dúvida, para que possamos eliminá-las e ajudar a outros que podem também possuir a mesma dúvida que você; basta comentar a postagem.

Fiquemos com Deus.

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Demos graças a Deus.


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PERGUNTAS FREQUENTES


1. Qual a melhor maneira de aprender a rezar a Liturgia das Horas?
Leia atentamente a Instrução Geral da Liturgia das Horas, lá encontrará tudo o que necessita para um bom aprendizado. Pode começar lendo o resumo da parte prática clicando aqui.

2. Quais os horários corretos para rezar a Liturgia das Horas?
Laudes: Oração da Manhã. É recitada no início do dia.
Hora Média: Oração das Nove (Terça), das Doze (Sexta) e das Quinze horas (Nona).
Vésperas: Oração do Entardecer. É recitada no fim da tarde.
Completas: é recitada antes de dormir.
Ofício das Leituras: pode ser recitado a qualquer hora do dia ou da noite.

3. A que horas devo rezar o Invitatório?
O Invitatório tem o seu lugar próprio no princípio de todo o ciclo da oração quotidiana; isto é, ou antes das Laudes ou antes do Ofício das Leituras, conforme o dia se iniciar com uma ou outra destas duas ações litúrgicas (IGLH 34).

4. Qual a diferença entre o Oficio das Leituras e as outras horas?
O Ofício das leituras é uma hora como as outras, com a diferença de que pode ser recitada a qualquer hora do dia ou da noite. Ele não é encontrado na edição compacta da Liturgia das Horas, somente na edição completa, em quatro volumes.

5. Qual o significado do asterisco [*] e da cruz [†], encontrados nos salmos da Liturgia das Horas?
O asterisco (*) e a "flecha" () servem para o canto.
Após o asterisco (*) faz-se uma pausa de um tempo (ou de um acento) e indica, em termos, que a frase melódica será concluída no verso seguinte.
Após a "flecha" () faz-se uma pausa igual de um tempo como no asterisco e indica que a frase melódica será concluída após dois versos.

Série "LITURGIA HORARUM": "Ordinário da Liturgia das Horas - Tempo comum"

Salve Maria caros irmãos e irmãs,

Estamos chegando ao fim da nossa pequena série Liturgia Horarum. Amanhã disponibilizaremos uma seleção de 5 perguntas frequentes, referentes à Liturgia das Horas. Mas hoje, disponibilizamos o Ordinário da Liturgia das Horas do Tempo comum, em que contem já vários salmos fixos e cantos utilizados durante o decorrer das liturgias.

Mas, o que é o "Ordinário da Liturgia das Horas?" Explicaremos abaixo, veja:

Qualquer dúvida referente à esta bela e fortificadora prática para todos nós, basta entrar em contato conosco, fazendo um comentário em uma de nossas postagens.

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O que é um Ordinário dentro da Liturgia?


O Ordinário, é aquela parte da Liturgia (Missa, Liturgia das Horas, etc.) em que não muda nas diferentes ocasiões. Ou seja, são aquelas partes da Liturgia em que é a mesma coisa para Todos os tempos do ano litúrgico, para as solenidades, para festas, memórias, etc.

Por exemplo, todos estamos acostumados a ir na Missa, não é mesmo? Então, aquelas partes da Missa em que você ouve, lê, ou fala em todas as Missas, fazem parte do Ordinário da Missa. Por exemplo: Invocação da Santíssima Trindade (logo no começo), Ato penitencial, Hino de Louvor (Glória), Pai Nosso, etc.

Na Liturgia das Horas é a mesma coisa. Existem partes que não vão mudar, conforme as ocasiões.

Vejamos a definição dada Dicionário Elementar de Liturgia, contido no Portal Ecclesia, em seu  a cerca da definição de Ordinário (ordo):
A "ordenação", para além da introdução sacramental de uma pessoa na ordem dos ministros eclesiais, é também a regulação de um rito.O ordo ou "ordem" ou "rito" de uma celebração está contido no livro ou parte do livro que recebe o nome de "Ordinário": assim, no "Ordinário da Missa" encontramos o Comum de todas as missas, a parte fixa (o Glória, o Pai-Nosso, etc.), em oposição ao "Próprio da Missa" com as orações e antífonas variáveis de uma solenidade, de uma festa ou da memória de um santo. Em latim, os diversos livros utilizam esta expressão: "Ordo Missæ, Ordo Dedicationis, Ordo Baptismi, Ordo Confirmationis, Ordo Ponitantiæ, Ordo Lectionum Missæ", etc.
Nas traduções em português chama--se "Introdução Geral" ou "Instrução Geral" às introduções, feitas de orientações teológicas e pastorais, de alguns livros litúrgicos, que, em latim, se intitulam "Institutio Generalis". Assim, chama-se "Introdução Geral ao Missal Romano", ou a "Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas", com as suas siglas IGMR e IGLH. Também o "Ordo Lectionum Missæ" se traduz como "Ordenamento das Leituras da Missa" (OLM).
Chama-se "Tempo Comum" ao "Tempo ordinário, durante o ano" (Tempus per annum), à sucessão de trinta e quatro semanas e domingos que não entram dentro dos tempos "fortes" e que constituem a trama da maior parte do ano cristão. 

Se você quer ter acesso ao Ordinário da Liturgia das Horas (Tempo Comum), é só clicar aqui.
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Fonte:
"Dicionário Elementar de Liturgia - Portal Ecclesia" (Citação)
"CNBB" (Ordinário da Liturgia das Horas - Tempo comum)

Série "LITURGIA HORARUM": "Ritos a observar na celebração comunitária"

Salve Maria caros irmãos e irmãs,

Pelo fato de os capítulos serem um pouco extensos, para postarmos aqui. Trabalharemos com resumos dos mesmos, retirados do site "Liturgia das Horas".

Como dito acima, o texto que segue é apenas um resumo, do qual estamos apresentando apenas os capítulos I, II e V. O capítulo III pode ser encontrado aqui, e o capítulo IV pode ser encontrado aqui.

Segue o resumo do 5º capítulo.

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CAPITULO V

RITOS A OBSERVAR
NA CELEBRAÇÃO COMUNITÁRIA

I. DIFERENTES FUNÇÕES A DESEMPENHAR

[...]
258. Na falta de presbítero ou diácono, quem presidir ao Ofício é em tudo igual aos outros. Por isso, nem ocupará o presbitério, nem saudará nem abençoará a assembleia.

259. Os que desempenharem o ofício de leitor farão as leituras, quer longas quer breves, de pé, no lugar próprio.

260. A entoação das antífonas, salmos e cânticos será feita pelo cantor ou cantores. Quanto à salmodia, observar-se-ão as normas indicadas acima, nn. 121-125.

[...]
262. A obrigação coral refere-se à comunidade e não ao local da celebração, que pode não ser forçosamente a igreja, sobretudo para as Horas celebradas sem solenidade.

263. Todos os participantes estão de pé:
a) durante a introdução ao Ofício e versículo introdutório de cada Hora;
b) durante o hino;
c) durante o cântico evangélico;
d) durante as preces, oração dominical e oração conclusiva.

264. Todos escutam sentados as leituras, menos o Evangelho.

265. Durante os salmos e cânticos, com suas antífonas, a assembleia pode estar sentada ou de pé, conforme o costume.

266. Todos fazem o sinal da cruz, da fronte ao peito e do ombro esquerdo ao direito:
a) no princípio das Horas, quando se diz: Vinde, ó Deus, em meu auxílio;
b) ao começar os cânticos evangélicos, Benedictus, Magnificat, Nunc dimíttis.
Faz-se o sinal da cruz sobre os lábios, no princípio do Invitatório, às palavras Abri, Senhor, os meus lábios.
[...]

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Para visualizar o CAPÍTULO V completo, basta clicar aqui.
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Para visualizar a INSTRUÇÃO GERAL SOBRE A LITURGIA DAS HORAS, basta clicar aqui.

Série "LITURGIA HORARUM": "Santificação do dia: as diversas horas litúrgicas"

Salve Maria caros irmãos e irmãs,

Pelo fato de os capítulos serem um pouco extensos, para postarmos aqui. Trabalharemos com resumos dos mesmos, retirados do site "Liturgia das Horas".

Como dito acima, o texto que segue é apenas um resumo, do qual estamos apresentando apenas os capítulos I, II e V. O capítulo III pode ser encontrado aqui, e o capítulo IV pode ser encontrado aqui.

Segue o resumo do 2º capítulo.

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CAPÍTULO II

SANTIFICAÇÃO DO DIA:
AS DIVERSAS HORAS LITÚRGICAS

I. INTRODUÇÃO A TODO O OFÍCIO

34. A introdução a todo o Ofício é normalmente formada pelo Invitatório. Este é constituído pelo versículo — Abri, Senhor, os meus lábios: E a minha boca anunciará o vosso louvor — e pelo salmo 94. Este salmo é um convite dirigido todos os dias aos fiéis para que celebrem os louvores de Deus e escutem a sua voz, e ao mesmo tempo uma exortação a esperarem «o repouso do Senhor». Se parecer bem, o salmo 94 pode ser substituído pelos salmos 99, 66 ou 23.
O salmo invitatório deve ser recitado, como se indica no lugar próprio, em forma responsorial, quer dizer, acompanhado da respectiva antífona. Esta é enunciada e repetida no princípio, e retomada após cada estrofe.

35. O Invitatório tem o seu lugar próprio no princípio de todo o ciclo da oração quotidiana; isto é, ou antes das Laudes ou antes do Ofício das Leituras, conforme o dia se iniciar com uma ou outra destas duas ações litúrgicas. No caso de se dever antepor a Laudes, pode-se omitir eventualmente o salmo com a respectiva antífona. [...]

II. LAUDES E VÉSPERAS

37. «As Laudes, como oração da manhã, e o as Vésperas, como oração da tarde, constituem segundo uma venerável tradição da Igreja universal, como que os dois pólos do Ofício quotidiano; por isso, devem considerar-se como Horas principais, e como tais se devem celebrar».

38. As Laudes destinam-se a santificar o tempo da manhã; e, como se pode ver por muitos dos seus elementos, neste sentido estão estruturados. O seu caráter de oração da manhã está belamente expresso nestas palavras de S. Basílio Magno: «O louvor da manhã têm por fim consagrar a Deus os primeiros movimentos da nossa alma e do nosso espírito, de modo a nada empreendermos antes de nos alegrarmos com o pensamento de Deus, segundo o que está escrito: «Lembrei-me de Deus, e enchi-me de alegria» (Salmo 76,4); e ainda para que o corpo não se entregue ao trabalho antes de fazermos o que está escrito: «Eu Vos invoco, Senhor, pela manhã, e ouvis a minha voz: de manhã vou à vossa presença e espero confiado» (Salmo 5,4-5). Esta Hora, recitada ao despontar da luz de um novo dia, evoca também a Ressurreição do Senhor Jesus, a Luz verdadeira que ilumina todos os homens (cf. Jo 1,9), o «Sol de Justiça» (Mal 4,2), o «Sol nascente que vem do alto» (Lc 1,78). Neste sentido, compreende-se perfeitamente a recomendação de S. Cipriano: «Devemos orar logo de manhã para celebrar, na oração matinal, a Ressurreição do Senhor».

39. As Vésperas celebram-se à tarde, ao declinar do dia «a fim de agradecermos tudo quanto neste dia nos foi dado e ainda o bem que nós próprios tenhamos feito». Com esta oração, que fazemos subir «como incenso na presença do Senhor» e em que o «erguer das nossas mãos é como o sacrifício vespertino», recordamos também a obra da Redenção. E, «num sentido mais sagrado, pode ainda evocar aquele verdadeiro sacrifício vespertino que o nosso Salvador confiou aos Apóstolos na última Ceia, ao inaugurar os sacrossantos mistérios da Igreja, quer aquele sacrifício vespertino que, no dia seguinte, no fim dos tempos, Ele ofereceu ao Pai, erguendo as mãos para a salvação do mundo inteiro». Finalmente, no sentido de orientar a nossa esperança para a luz sem crepúsculo, «oramos e pedimos que sobre nós brilhe de novo a luz, imploramos a vinda de Cristo, que nos virá trazer a graça da luz eterna». Nesta hora, unimos as nossas vozes às das Igrejas orientais, cantando: «Luz esplendente da santa glória do Pai celeste e imortal, santo e glorioso Jesus Cristo! Chegada a hora do sol poente, contemplando a estrela vespertina, cantamos ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo...».

40. Dar-se-á, portanto, a estas duas Horas de Laudes e Vésperas a máxima importância como oração da comunidade cristã. Promover-se-á a sua celebração pública e comunitária, principalmente entre as pessoas que vivem em comunidade. Recomenda-se mesmo a sua recitação a todos os fiéis que não possam tomar parte na celebração comunitária.

41. As Laudes e as Vésperas começam pelo versículo — Vinde, ó Deus, em meu auxílio. Socorrei-me sem demora — ao qual se segue o Glória ao Pai... com o Como era no princípio..., e (fora do tempo da Quaresma) Aleluia. Tudo isto, porém, se omite nas Laudes, quando estas forem antecedidas do Invitatório.

42. Segue-se o hino respectivo. A função do hino é dar a cada hora do Ofício ou a cada festa como que a sua tonalidade própria; e ainda, de modo particular nas celebrações com o povo, tornar mais fácil e agradável o começo da oração.

43. A seguir ao hino, vem a salmodia, conforme os nn. 121-125. A salmodia das Laudes consta de um salmo de caráter matinal, um cântico do Antigo Testamento e um salmo laudatório, segundo a tradição da Igreja. A salmodia das Vésperas consta de dois salmos (ou de duas seções de um salmo mais longo) adequados a esta Hora e à celebração com o povo, mais um cântico tirado das Epístolas ou do Apocalipse.

44. Terminada a salmodia, segue-se uma leitura, breve ou longa.

45. A leitura breve é variável conforme o dia, o tempo litúrgico ou a festa. Há de ser lida e escutada como verdadeira proclamação da palavra de Deus, na qual se propõe, de uma forma incisiva, um pensamento sagrado e é posta em relevo alguma frase mais breve que na leitura contínua da Sagrada Escritura passaria despercebida. As leituras breves variam para cada dia do ciclo salmódico.

46. Em vez da leitura breve, pode-se escolher, mormente na celebração com o povo, uma leitura bíblica mais longa tirada quer do Ofício das Leituras quer das leituras da Missa, devendo-se escolher de preferência aqueles textos que, por qualquer razão, não tenham podido ser lidos. Nada impede também que, uma vez por outra, se escolha uma leitura mais apropriada, segundo as normas dos nn. 248-249 e 251.

47. Na celebração com o povo, se parecer bem, pode-se ajuntar uma breve homilia, de comentário à leitura precedente.

48. Após a leitura ou a homilia, se for oportuno, pode-se guardar um momento de silêncio.

49. Como resposta à palavra de Deus, segue-se um canto responsorial ou responsório breve, que eventualmente se pode omitir. Também pode ser substituído por outro canto de função e características idênticas, desde que esteja devidamente aprovado pela Conferência Episcopal.

50. Seguidamente, diz-se o cântico evangélico com sua antífona: nas Laudes, o cântico de Zacarias, Benedictus; nas Vésperas, o cântico da B. Virgem Maria, Magnificat. Estes cânticos, cujo uso radica numa tradição secular e popular da Igreja Romana, são um hino de louvor e ação de graças pela redenção. As antífonas de Benedictus e de Magnificat variam conforme o dia, o tempo litúrgico ou a festa.

51. Terminado o cântico, seguem-se: nas Laudes, as preces, a consagrar o dia ao Senhor; nas Vésperas, as súplicas de intercessão (cf. nn. 179-193).

52. Às preces ou às súplicas segue-se o Pai Nosso, recitado por todos.

53. Depois do Pai Nosso, diz-se a oração conclusiva. Esta, para os dias de semana do Tempo Comum, vem no Saltério; para os restantes dias, no Próprio.

54. Seguidamente, no caso de presidir à celebração um sacerdote ou diácono, este faz a despedida do povo, com a saudação O Senhor esteja convosco e a bênção, como na Missa, e o convite Vamos em paz. R. Amen. Aliás, termina a celebração com O Senhor nos abençoe, etc.

III. OFÍCIO DAS LEITURAS

55. O Ofício das Leituras visa proporcionar ao povo, e muito especialmente àqueles que de modo peculiar estão consagrados ao Senhor, uma meditação mais rica da Sagrada Escritura e das mais belas páginas dos autores espirituais. Embora as leituras que hoje se fazem na Missa, todos os dias, formem já um ciclo bastante completo dos textos bíblicos, todavia, o tesouro da revelação e da tradição contido no Ofício das Leituras pode ser de grande proveito espiritual. São os sacerdotes os primeiros que devem procurar aproveitar-se destas riquezas, de modo que, recebendo eles mesmos a palavra de Deus, a possam dispensar a todos e façam do seu ensino «alimento do povo de Deus».

56. «A leitura da Escritura sagrada deve ser acompanhada da oração, para que seja um diálogo entre Deus e o homem: «a Ele falamos quando oramos, a Ele ouvimos quando lemos os divinos oráculos». E é por isso que o Ofício das Leituras se compõe também de salmos, hino, oração e outras fórmulas, que lhe dão um caráter de verdadeira oração.

57. Segundo a Constituição Sacrosanctum Concilium, o Ofício das Leituras, «embora, quando recitado no coro, conserve o seu caráter de louvor noturno, deve ser reformado no sentido de se poder recitar a qualquer hora do dia; o número dos salmos deve também ser reduzido, e as leituras mais longas».

58. Neste sentido, aqueles que por direito particular estão obrigados a manter este Ofício com o seu caráter de louvor noturno, ou aqueles que louvavelmente assim o queiram fazer, quer o recitem de noite quer de madrugada, antes de Laudes, devem escolher, no Tempo Comum, o hino dentro da série destinada a este fim. Além disso, para os domingos, solenidades e certas festas, ter-se-á em conta o que se diz nos nn. 70-73, a respeito das vigílias.

59. Salvo a disposição do número precedente, o Ofício da Leitura pode-se recitar a qualquer hora do dia, ou até no dia anterior, à noite, depois de recitadas as Vésperas.

60. No caso de o Ofício das Leituras se recitar antes de Laudes, será precedido do Invitatório, como acima ficou dito (nn. 34-36). Aliás, começará pelo versículo Vinde, ó Deus, em meu auxílio... com Glória ao Pai, Como era, e (fora do tempo da Quaresma) Aleluia.

61. A seguir, diz-se o hino. Este, no Tempo Comum, toma-se ou da série noturna, como atrás ficou dito (n. 58), ou da série diurna, consoante a hora da celebração.

62. Vem depois a salmodia, constituída por três salmos (ou três seções, no caso de os salmos correntes serem mais longos). No Tríduo Pascal, nos dias dentro das oitavas da Páscoa e do Natal, bem como nas solenidades e festas, os salmos, com as respectivas antífonas, são próprios. Nos domingos e dias de semana, os salmos, com as respectivas antífonas, tomam-se da série corrente do Saltério. Tomam--se igualmente da série corrente do Saltério nas memórias dos Santos, a não ser que estas tenham salmos e antífona próprias (cf. nn. 218 ss.). 63. Depois dos salmos, diz-se normalmente, o versículo, a servir de transição entre a salmodia e as leituras.

64. São duas as leituras: a primeira, tirada da Bíblia; a segunda, das obras dos Padres ou dos Escritores eclesiásticos, ou então uma leitura hagiográfica.

65. Após cada leitura, diz-se um responsório (cf. nn. 169-172). [...]

68. Nos domingos fora da Quaresma, nos dias dentro das oitavas da Páscoa e do Natal, nas solenidades e festas, após a segunda leitura com seu responsório, diz-se o hino Te Deum (o qual se omite nas memórias e nos dias de semana). Querendo, pode-se omitir a última parte deste hino, desde o verso Salvai o vosso povo até ao fim.

69. O Ofício das Leituras termina com a oração própria do dia, seguida, pelo menos na recitação comunitária, da aclamação Bendigamos ao Senhor. R. Graças a Deus.

V. TERÇA (ORAÇÃO DAS NOVE), SEXTA (ORAÇÃO DAS DOZE) E NONA (ORAÇÃO DAS QUINZE HORAS): HORA MÉDIA

74. Segundo a mais antiga tradição, e a exemplo do que se fazia na Igreja Apostólica, costumavam os cristãos, por devoção privada, orar a certas horas do dia, mesmo no meio do trabalho. Com o decorrer dos tempos, esta tradição veio a revestir diversas formas de celebração litúrgica.

75. O uso litúrgico, tanto do Oriente como do Ocidente conservou a Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas, sobretudo por lhes andar ligada a memória de certos acontecimentos da Paixão do Senhor e da primeira propagação do Evangelho.

76. O Concilio Vaticano II ordenou que, no coro, se mantivessem a Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas. Salvo direito particular, devem igualmente manter o uso litúrgico de recitar estas três Horas os que professam vida contemplativa. Aliás, a todos é recomendado, mormente àqueles que tomam parte em retiros espirituais ou em reuniões de caráter pastoral.

77. Fora do coro, salvo o direito particular, é permitido escolher uma só destas três Horas, a que mais convier à hora do dia, a fim de manter a tradição de orar durante o dia, a meio do trabalho.

78. Na estrutura da Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas, atendeu-se tanto aos que recitam uma só destas Horas, ou seja, a “Hora Média”, como aos que, por obrigação ou devoção, recitam as três.

79. A Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas, ou Hora Média, começam pelo versículo introdutório, Vinde, ó Deus, em meu auxílio..., com Glória, Como era, e (fora do tempo da Quaresma) Aleluia. Segue-se o hino correspondente à Hora. Depois vem a salmodia. A seguir, uma leitura breve, seguida de um versículo. Termina-se com a oração e, pelo menos na recitação comunitária, com a aclamação Bendigamos ao Senhor. R. Graças a Deus.

80. Para cada uma destas Horas, estão indicados hinos e orações diferentes, a condizer, segundo a tradição, com o tempo verdadeiro, no sentido de melhor se obter a santificação das horas do dia. Por isso, quem recitar uma Hora somente deverá escolher os elementos correspondentes a essa Hora. Leituras breves e orações variam também consoante o dia, o tempo litúrgico ou a festa.

81. Apresenta-se um duplo esquema de salmodia: uma corrente, outra complementar. Quem recitar só uma Hora escolherá a salmodia corrente. Quem recitar mais do que uma Hora, dirá numa delas a salmodia corrente e nas outras a complementar.

82. A salmodia corrente consta de três salmos (ou três secções, no caso de salmos mais extensos) do ciclo do Saltério, com suas antífonas, salvo indicação em contrário.
Nas solenidades, no Tríduo Pascal e nos dias dentro das oitavas da Páscoa e do Natal, dizem-se antífonas próprias com os três salmos da salmodia complementar, salvo se houver salmos especiais ou a celebração duma solenidade ocorrer ao domingo; neste último caso, tomam-se os salmos do domingo, correspondentes à 1ª semana.

83. A salmodia complementar consta de três grupos de salmos, normalmente escolhidos da série dos salmos ditos «graduais».

VI. COMPLETAS

84. As Completas são a última oração do dia. Rezam-se antes de iniciar o descanso noturno, ainda que, eventualmente, já passe da meia-noite.

85. As Completas começa, do mesmo modo que as restantes Horas, pelo versículo Vinde, ó Deus, em meu auxílio..., com Glória, Como era e (fora do tempo da Quaresma) Aleluia.

86. A seguir, é louvável que se faça o exame de consciência. Na celebração comunitária, este é feito ou em silêncio ou inserido num ato penitencial, segundo os formulários do Missal Romano.

87. Depois diz-se o hino respectivo.

88. A salmodia, nos domingos, depois das I Vésperas, consta dos salmos 4 e 133; depois das II Vésperas, do salmo 90. Para os outros dias, foram escolhidos salmos apropriados, que excitem sobretudo a confiança no Senhor. É, porém, facultada a substituição destes salmos pelos do domingo, para comodidade, principalmente, daqueles que desejem porventura rezar Completas de cor.

89. Depois da salmodia, há uma leitura breve, seguida do responsório Em vossas mãos. A seguir, diz-se o cântico evangélico Nunc dimíttis (Cântico de Simeão), com a respectiva antífona. Este cântico é, de certo modo, o ponto culminante de toda esta Hora litúrgica.

90. A oração conclusiva é a que vem indicada no Saltério.

91. Depois da oração, diz-se, mesmo na recitação individual, O Senhor nos conceda...

92. E termina-se com uma das antífonas de Nossa Senhora. No tempo pascal, diz-se sempre Regina caeli (Salve Rainha do Céu). Além das antífonas que vêm no livro da Liturgia das Horas, podem as Conferências Episcopais aprovar outras. [...]

XII. SILÊNCIO SAGRADO

201. Geralmente, em todas as celebrações litúrgicas se há de procurar «guardar, nos momentos próprios, um silêncio sagrado». Consequentemente, na celebração da Liturgia das Horas, facultar-se-á também a possibilidade de uns momentos de silêncio.

202. E assim, conforme as conveniências e a prudência aconselharem, seguindo o costume dos nossos maiores, poder-se-á introduzir uma pausa de silêncio após cada salmo, depois de repetida a antífona, mormente quando, a seguir ao salmo, se disser uma coleta salmódica (cf. n. 112); ou ainda após as leituras, breves ou longas, antes ou depois do responsório. Este momento de silêncio visa obter a plena ressonância da voz do Espírito Santo nos corações e unir mais estreitamente a oração pessoal à palavra de Deus e à oração oficial da Igreja. Cuidar-se-á, porém, que o silêncio não venha alterar a estrutura do Ofício ou causar aos que nele participam mal-estar ou enfado.

203. Na recitação individual, é deixada mais ampla liberdade quanto a estas pausas, com o fim de meditar alguma fórmula susceptível de estimular afetos espirituais, sem que por isso o Ofício perca o seu caráter de oração pública. [...]

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Para visualizar a INSTRUÇÃO GERAL SOBRE A LITURGIA DAS HORAS, basta clicar aqui.

Série "LITURGIA HORARUM": "Importância da Liturgia das Horas ou Ofício Divino na vida da Igreja"

Salve Maria caros irmãos e irmãs,

Pelo fato de os capítulos serem um pouco extensos, para postarmos aqui. Trabalharemos com resumos dos mesmos, retirados do site "Liturgia das Horas".

Como dito acima, o texto que segue é apenas um resumo, do qual apresentaremos apenas os capítulos I, II e V. O capítulo III pode ser encontrado aqui, e o capítulo IV pode ser encontrado aqui.

Para que o aprendizado seja mais sólido e proveitoso, é muito importante que se leia a instrução completa. A I.G.L.H, em sua forma integral, será disponibilizada dia 01 de novembro de 2013.

Segue o resumo do 1º capítulo.

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CAPÍTULO I

IMPORTÂNCIA DA LITURGIA DAS HORAS
OU OFÍCIO DIVINO NA VIDA DA IGREJA

1. A oração pública e comunitária do povo de Deus é com razão considerada uma das principais funções da Igreja. Daí que, logo no princípio, os batizados «eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fração do pão e às orações» (At 2, 42). Da oração unânime da comunidade cristã nos dão repetidos testemunhos os Atos dos Apóstolos.
Que também os fiéis se costumavam entregar à oração individual em determinadas horas do dia, provam-no igualmente os documentos da primitiva Igreja. Depois foi-se introduzindo muito cedo, aqui e além, o costume de consagrar à oração comunitária alguns tempos especiais, por exemplo, a última hora do dia, ao entardecer, no momento em que se acendiam as luzes, e a primeira hora da manhã, quando, ao despontar o astro do dia, a noite chega ao seu termo. Com o decorrer dos tempos, foram-se ainda santificando pela oração comunitária outras horas, que os Padres viam insinuadas na leitura dos Atos dos Apóstolos. Assim, os Atos falam-nos dos discípulos reunidos [para a oração] à terceira hora; o Príncipe dos Apóstolos «sobe ao terraço da casa para orar, por volta da sexta hora» (10, 9); «Pedro ... e João sobem ao templo, para a oração da hora nona» (3, 1); «a meio da noite, Paulo e Silas, em oração, entoavam louvores a Deus» (16, 25).

2. Estas orações, feitas em comunidade, foram-se progressivamente organizando, até que vieram a constituir um ciclo horário bem definido. Esta Liturgia das Horas, ou Ofício Divino, embora enriquecida de leituras, é antes de mais oração de louvor e de súplica: oração da Igreja, com Cristo e a Cristo. [...]

IV. QUEM CELEBRA A LITURGIA DAS HORAS

a) Celebração comunitária

20. A Liturgia das Horas, tal como as demais ações litúrgicas, não é ação privada, mas pertence a todo o corpo da Igreja, manifesta-o e afeta. O caráter eclesial da celebração aparece-nos com toda a sua clareza – e, por isso mesmo, é sumamente recomendável – quando realizada, com a presença do próprio Bispo rodeado dos seus presbíteros e restantes ministros, por uma Igreja particular, «na qual está presente e operante a Igreja de Cristo, una, santa, católica e apostólica». Esta celebração, quando levada a efeito, mesmo sem a presença do Bispo, por um cabido de cônegos ou por outros presbíteros, far-se-á sempre atendendo à verdade das Horas e, tanto quanto possível, com a participação do povo. O mesmo se diga dos cabidos das colegiadas.

21. As outras assembleias de fiéis, entre as quais há que destacar as paróquias como células da diocese, localmente constituídas sob a presidência dum pastor como substituto do Bispo, e que «dalgum modo representam a Igreja visível estabelecida por toda a terra», celebrem as Horas principais, quanto possível, na igreja e em forma comunitária.

22. Sempre que os fiéis são convocados e se reúnem para celebrar a Liturgia das Horas, pela união das vozes e dos corações manifestam a Igreja que celebra o mistério de Cristo. [...]

27. Os grupos de leigos, onde quer que se encontrem reunidos, seja qual for o motivo destas reuniões — oração, apostolado ou outro motivo — são igualmente convidados a desempenhar esta função da Igreja, celebrando alguma parte da Liturgia das Horas. Importa, de fato, que aprendam acima de tudo a adorar a Deus Pai em espírito e verdade na ação litúrgica, e se lembrem que, através do culto público e da oração, eles podem atingir todos os homens e contribuir muito para a salvação do mundo inteiro.
Convém, finalmente, que a família, qual santuário doméstico da Igreja, não se contente com a oração feita em comum, mas, dentro das suas possibilidades, procure inserir-se mais intimamente na Igreja, com a recitação dalguma parte da Liturgia das Horas. [...]

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Para visualizar o CAPÍTULO I completo, basta clicar aqui.
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Para visualizar a INSTRUÇÃO GERAL SOBRE A LITURGIA DAS HORAS, basta clicar aqui.

Série "LITURGIA HORARUM": "O que é a Liturgia das Horas e qual a sua importância?"

Salve Maria caros irmãos e irmãs,

Hoje, começamos então mais uma nova série denominada LIGURGIA HORARUM (Liturgia das Horas).

Nessa série vamos procurar conhecer um pouco mais essa tamanha riqueza da Igreja, e aqueles que nunca ouviram falar, poderão passar a conhecer e caso entreguem-se, poderão também amá-la e procurar praticá-la.

Para começarmos, trago abaixo um curto vídeo do programa "A Resposta Católica" apresentado pelo Revmº Pe. Paulo Ricardo, em que é respondida a pergunta: O que é a Liturgia das Horas e qual a sua importância?


Amanhã, começaremos a trabalhar em cima da IGLH - Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas. Trataremos capítulo por capítulo, afim de que possamos caminhar progressivamente.

Postagem de amanhã: Capítulo I - "Importância da Liturgia das Horas ou Ofício Divino na vida da Igreja".

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Fonte: A Resposta Católica

Não, Pio XII não se calou

Salve Maria caros leitores,

Segue abaixo um artigo importado do site CHRISTO NIHIL PRAEPONERE, em que é deixado bem claro para que Pio XII jamais compactuou com qualquer das atitudes dos líderes nazistas (entenda-se Hitler). De certa maneira me lembrou um pouco do que estamos vivenciando com os ataques contra o Papa Francisco (nota-se também evidente o amor dos dois papas para com os pobres e marginalizados).
Vale a pena parar uns minutinhos para ler, e saber como defender a Santa Igreja e a identidade Papal dessa corja demoníaca que ataca a Igreja e seus membros.

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Passados 55 anos da morte do venerável Papa Pio XII, é momento de voltar alguns anos e honrar a sua grandiosa memória



Há uma lenda negra em curso: a de que o Papa Pio XII teria sido conivente com os crimes perpetrados pelos nazistas em meados do século XX.

Essa mentira nasceu de uma peça teatral, produzida por Rolf Hochhuth, no ano de 1963, de nome "O Vigário" (Der Stellvertreter, em alemão). Nela, Eugenio Pacelli é retratado como um homem pusilânime e covarde diante da deportação de judeus para campos de concentração. A obra de Hochhuth inspirou o filme Amen (Costa-Gavras, 2002). No decorrer da trama, um padre jesuíta tem pressa para falar com o Papa, para pedir a ele que se manifeste com mais veemência a favor dos judeus e contra o Holocausto. O clérigo é recebido com frieza pela personagem de Pacelli, que se limita a dizer que o coração do Pontífice sangra pelas vítimas do Holocausto... e nada mais.

O auge da difamação acontece em 1999, com a publicação de "O Papa de Hitler" (The Hitler’s Pope). Mesmo que o seu autor, John Cornwell, tenha admitido que, ao escrever a dita biografia, "faltou equilíbrio" de sua parte, o mito permanece e não são poucos os acadêmicos que recorrem a todas estas obras mentirosas para acusar a Igreja de conluio com Hitler.

Os fatos, porém, são outros. Hoje, sabe-se que tanto barulho em torno da figura de Pacelli não passou de um plano arquitetado pela KGB para desacreditar a Igreja Católica. Além disso, ainda que Pio XII tenha preferido a estratégia de ações concretas para poupar a vida de milhares de judeus, não é correto falar que o Pontífice tenha se "silenciado" diante da iniquidade que se passava na Alemanha.

A ação de Eugenio Pacelli contra o nazismo começa ainda no pontificado de Pio XI, quando ele era secretário do Estado do Vaticano. Em 1937, foi ele quem escreveu grande parte da famosa encíclica Mit Brennender Sorge ("Com ardente preocupação"), condenando os erros do nazismo. "Naquele tempo, Pio XI estava gravemente doente e lembro-me de [que] ele reteve o texto de Pacelli durante dois dias, corrigindo-o só levemente e assinando-o, depois. Portanto, esta encíclica que mostrava o verdadeiro rosto do nazismo, foi obra do cardeal Pacelli", conta o padre Roberto Leibier, colaborador de Pio XII.

A carta foi lida integralmente, durante a Missa, em mais de 11 mil igrejas da Alemanha. Suas palavras eram duras: "Só espírito superficiais podem cair no erro de falar de um Deus nacional, de uma religião nacional, e empreender a louca tentativa de encerrar Deus, criador do mundo, nos limites de um só povo e na estreiteza étnica de uma única raça". E ainda: "As leis humanas que estão em contraste insolúvel com o direito natural, estão feridas de vício original, não sanável nem com coações nem com desdobramento de força externa".

Os nazistas tinham entendido a mensagem de Roma. Ainda que a carta de Pio XI em nenhum momento usasse as palavras "nazismo" ou "judeus", o órgão oficial da SS – a organização paramilitar ligada ao Partido Nazista – qualificara a encíclica como "um insulto à nova Alemanha". Também Hitler reagiu à ousadia da Igreja, no 1º de maio daquele mesmo ano: "Não podemos suportar que esta autoridade, que é a autoridade do povo alemão, seja atacada por quem quer que seja. Isto vale para todas as Igrejas. Enquanto elas se ocupam dos seus problemas religiosos, o Estado não se preocupa com elas. Mas, quando elas tentam, através de medidas de todo o gênero, com escritos, encíclicas, etc., atribuir a si mesmas direitos que competem exclusivamente ao Estado, nós reprimi-las-emos (...). Da moralidade do Estado e do povo alemão tratarão os dirigentes do Estado alemão".



A represália dos dirigentes do Partido Nazista foi grande. A imprensa católica foi suprimida e processos contra clérigos católicos ressuscitaram das cinzas. Quando o Papa Ratti faleceu e Pacelli foi eleito, ele sabia da responsabilidade que tinha diante de si, do perigo que corriam não só os judeus, mas os próprios católicos alemães. Se uma mensagem com expressões indiretas causara tamanho rebuliço, uma condenação mais direta poderia causar uma verdadeira tragédia.

Mesmo consciente disto, Pio XII não se calou. Mal assumira o trono de Pedro, Pio XII condenou "a premeditada agressão a um povo pequeno, trabalhador e pacífico, com o pretexto de uma ameaça que nem existe nem é querida e nem sequer é possível" e pediu o respeito "às verdadeiras necessidades e às justas exigências das nações e dos povos, como também das minorias étnicas", fazendo clara alusão ao povo judeu.

Quando o exército alemão invadiu os países baixos, novamente o Pastor Angelicus levantou a sua voz. Enviou telegramas aos soberanos da Holanda, da Bélgica e de Luxemburgo, deplorando as ações bélicas nazistas perpetradas "contra a sua vontade e o seu direito". De novo, as atitudes do Papa não agradaram nada às potências do Eixo. O texto das mensagens diplomáticas foi publicado por L’Osservatore Romano e "os ardinas do jornal vaticano foram maltratados tal como foram agredidos todos os que foram vistos com um exemplar do diário".

Em dezembro de 1940, Pio XII oferece socorro aos refugiados da guerra e decide nominar diretamente os judeus. "Nem menor conforto é para nós ter tido condições de consolar, com a assistência moral e espiritual dos nossos representantes e com o óbolo dos nossos subsídios, um número enormíssimo de refugiados, de expatriados e de emigrantes, também entre os de estirpe semita...".

As manifestações do Santo Padre não param aí. Nas grandes radiomensagens natalícias de 1941 e 1942, o Papa Pacelli não poupou tinta para condenar a totaler Krieg ("guerra total") de Hitler e "o conceito que reivindica para certas nações, raças ou classes o instinto jurídico, como último imperativo e norma sem apelação". Era uma denúncia direta do ódio pregado pelos orgulhosos advogados da "raça ariana", os nazistas.

Um fato particularmente curioso da vida de Pacelli ilustra sua inconformidade visceral com os projetos de Adolf Hitler. De acordo com a sua fiel serviçal, a irmã Paschalina Lehnert, Pio XII estava convencido, ainda nos tempos de nunciatura em Berlim, de que Hitler "estava completamente possesso". Tudo leva a crer que estas palavras devem ser lidas em seu sentido literal. Um de seus sobrinhos conta que "Pio XII teria até o hábito de rezar, durante a guerra, orações de exorcismo para tentar expulsar o diabo da alma de Hitler".

Papa de Hitler? Pode-se até questionar a ação diplomática de Pio XII em tempos de guerra: se poderia ter sido mais prudente ou mais enfático, se poderia ter se pronunciado mais ou dito menos... Porém, falar de "silêncio" ou pior, de pacto com Hitler, é aderir à tática suja de quem usa qualquer pedaço de pau para bater na Igreja Católica. O Pastor Angelicus manifestou-se várias vezes em favor da vida dos inocentes e contra as arbitrariedades ideológicas dos partidários nazistas.

Isto não é apologia de católico papista; é apenas história.

Por Equipe Christo Nihil Praeponere
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Referências:

  1. The papacy: For God’s sake
  2. O fim de uma longa farsa
  3. Andrea Tornielli, Pio XII, il Papa degli ebrei. Trad. António Maia da Rocha. Porto: Ed. Civilização. P. 99
  4. Pius XI, Mit Brennender Sorge (14/03/1937)
  5. Discurso a los miembros del Sacro Colegio y de la Prelatura Romana con motive de las felicitaciones de Navidad
  6. Andrea Tornielli, Pio XII, il Papa degli ebrei. P. 163
  7. Allocuzione "Grazie, Venerabili fratelli"
  8. Natal de 1942
  9. Lehnert P., Pio XII – Il privilegio di servirlo, Rusconi, Milão 1984
  10. Andrea Tornielli, Pio XII, il Papa degli ebrei. P. 110


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Fonte (dessa importação): Site CHRISTO NIHIL PRAEPONERE

São Francisco de Assis e o Santíssimo Sacramento

Salve Maria caros leitores,

Hoje (04 d eoutubro), dia em que a Igreja celebra a memória de São Francisco de Assis (Solenidade para todos os seguimentos franciscanos), trago à vocês uma carta de São Francisco, direcionada à todos os Custórios dos frades menores (aqueles que não são Franciscanos, podem entender essa carta, também para si).

São Francisco de Assis, rogai por nós!

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O site indicado no final deste artigo trouxe uma importante matéria sobre como São Francisco de Assis recomendava colocar o melhor que se podia em honra do Santíssimo Sacramento.

Em uma carta de São Francisco de Assis a todos os Superiores dos Frades Menores, ele diz:

“A todos os Custódios dos frades menores que receberem esta carta, Frei Francisco, pequenino servo vosso em Deus Nosso Senhor… Peço-vos ainda com mais insistência do que se pedisse por mim mesmo, supliqueis humildemente aos clérigos, todas as vezes que o julgueis oportuno e útil, que prestem a mais profunda reverência ao Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo bem como a seus santos nomes e palavras escritos, que tornam presente o seu Sagrado Corpo.

Os cálices e corporais que usam, os ornamentos do altar, enfim tudo quanto se relaciona ao sacrifício, sejam de execução preciosa.

E se em alguma parte o Corpo do Senhor estiver sendo conservado muito pobremente, reponham-no em lugar ricamente adornado e ali o guardem cuidadosamente encerrado segundo as determinações da Igreja, levem-no sempre com grande respeito e ministrem-no com muita discrição.

Igualmente os nomes e palavras escritos do Senhor deverão ser recolhidos, se encontrados em algum lugar imundo, e colocados em lugar decente.

E em todas as pregações que fizerdes, exortai o povo à penitência e dizei-lhe que ninguém poder salvar-se se não receber o Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor.

E quando o sacerdote o oferecer em sacrifício sobre o altar, e aonde quer que o leve, todo o povo dobre os joelhos e renda louvor, honra e glória ao Senhor Deus vivo e verdadeiro.

Anunciai e pregai a todo o povo o seu louvor, de modo que a toda hora, ao dobre dos sinos, o povo todo, no mundo inteiro, renda sempre graças e louvores ao Deus onipotente.

E todos os meus Irmãos custódios que receberem esta carta e a copiarem e guardarem consigo e a fizerem copiar para os Irmãos incumbidos da pregação e do cuidado dos Irmãos, e pregarem até o fim o que nela está escrito, saibam que terão a bênção do Senhor Deus e a minha.

E isto lhes seja imposto em virtude da verdadeira e santa obediência. Amém.”

Numa segunda carta São Francisco insistia:

“A todos os custódios dos frades menores que receberem esta carta, Frei Francisco, o menor dos servos de Deus, envia saudação e santa paz no Senhor. Sabei que existem algumas coisas que aos olhos de Deus são sumamente superiores e sublimes, as quais os homens por vezes julgam vis e abjetas; e outras existem que os homens tem em alto preço e admiração, ao passo que Deus as vê como as mais vis e abjetas. Peço-vos, diante de Deus Nosso Senhor, tanto quanto posso, que entregueis aquela carta que trata do Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor aos bispos e clérigos e guardai bem na memória o que a respeito disso vos recomendamos.

Acerca da outra carta que vos envio, rogo-vos que a façais chegar às mãos dos podestás, cônsules e regentes; fazei dela muitas cópias, para que se divulguem entre os povos e publicamente os louvores de Deus. Cuidai bem de entregá-la àqueles que a devem receber.”

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Fonte: "Cartas de São Francisco de Assis", versão digital INTRATEXT